Inventário: Por Que Ele É Essencial e Como Evitar Problemas
- Calixto Advocacia

- 15 de out. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 18 de fev.
Saiba por que o inventário é um procedimento indispensável, suas consequências legais e financeiras e como evitar problemas durante o processo de partilha de bens.

Introdução
O falecimento de um ente querido traz, além do impacto emocional, uma série de responsabilidades legais, sendo o inventário uma das mais importantes. Esse procedimento é essencial para formalizar a transferência dos bens deixados pelo falecido aos seus herdeiros, garantindo que a sucessão patrimonial ocorra dentro da legalidade e sem complicações futuras.
Muitas famílias desconhecem a obrigatoriedade do inventário e acabam enfrentando problemas judiciais, bloqueios de bens e até disputas entre herdeiros. Neste artigo, explicamos por que o inventário é indispensável, os riscos de não realizá-lo e as melhores formas de conduzi-lo de maneira eficiente.
O Que É o Inventário?
O inventário é o procedimento legal utilizado para formalizar a transmissão do patrimônio do falecido para seus herdeiros. Ele pode ser realizado de duas formas:
Inventário Extrajudicial: Feito em cartório, quando há consenso entre os herdeiros, todos são maiores de idade e não há testamento. Essa modalidade costuma ser mais rápida e econômica, evitando o desgaste emocional e financeiro de um processo judicial.
Inventário Judicial: Necessário quando há menores ou incapazes entre os herdeiros, desentendimentos sobre a partilha ou testamento. Pode ser mais demorado e custoso, exigindo acompanhamento jurídico especializado.
Independentemente da modalidade escolhida, o inventário é obrigatório e deve ser iniciado em até 60 dias após o falecimento, sob pena de multa em alguns estados. Além disso, atrasos podem dificultar a administração do patrimônio, gerando ainda mais custos e problemas.
Por Que o Inventário É Indispensável?
Muitos herdeiros desconhecem a importância do inventário e os problemas que podem surgir caso ele não seja feito. Entre os principais motivos para realizar o inventário, destacam-se:
1. Evitar Bloqueio e Perda de Bens
Enquanto o inventário não é realizado, os bens do falecido ficam indisponíveis. Isso significa que imóveis não podem ser vendidos, contas bancárias permanecem bloqueadas e veículos não podem ser transferidos. Com o tempo, essa situação pode levar à deterioração ou até perda do patrimônio, prejudicando os herdeiros.
2. Regularização da Propriedade dos Herdeiros
Sem o inventário, os bens não são formalmente transferidos para os herdeiros, impossibilitando sua administração, venda ou uso legal. Isso pode gerar dificuldades no pagamento de impostos, despesas de manutenção e outras obrigações financeiras.
3. Evitar Disputas Familiares
A ausência de um inventário pode gerar conflitos entre os herdeiros, resultando em disputas judiciais demoradas e custosas. O processo legal de sucessão pode ser longo e desgastante, prejudicando a harmonia familiar.
4. Cumprimento da Lei e Evitação de Multas
O inventário é um procedimento obrigatório. Caso não seja realizado dentro do prazo, podem ser aplicadas multas sobre o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), elevando os custos do processo. Além disso, herdeiros podem enfrentar dificuldades legais ao tentar movimentar os bens sem a devida regularização.
5. Redução de Custos e Tributação
Um inventário bem planejado pode minimizar os custos com impostos e honorários. Além disso, o inventário extrajudicial costuma ser mais rápido e econômico que o judicial. O planejamento sucessório em vida pode auxiliar na redução da carga tributária, garantindo que os bens sejam transmitidos da maneira mais vantajosa possível.
6. Preservação do Patrimônio Familiar
Sem a devida regularização, o patrimônio familiar pode se desvalorizar ou ser dilapidado. A falta de um inventário pode levar a processos de usucapião por terceiros, bloqueios judiciais e outras complicações que colocam em risco a segurança financeira dos herdeiros.
Como Fazer o Inventário de Forma Eficiente?
Para evitar complicações, é essencial seguir algumas boas práticas:
Planejamento Patrimonial: Se possível, providenciar um planejamento sucessório em vida pode reduzir dificuldades futuras. A criação de testamentos e holdings familiares pode ser uma alternativa eficaz.
Consulta a um Advogado Especializado: Um profissional pode orientar sobre a melhor forma de conduzir o inventário e reduzir burocracias, garantindo que todos os trâmites sejam feitos corretamente.
Reunir Documentação Com Antecedência: Ter certidões, registros de bens e demais documentos organizados acelera o processo e evita problemas de última hora.
Optar pelo Inventário Extrajudicial Sempre que Possível: Se atender aos requisitos, essa modalidade pode economizar tempo e dinheiro, evitando anos de disputa judicial.
Avaliação Correta dos Bens: A correta avaliação dos bens evita subvalorização ou sobrecarga tributária, garantindo que os herdeiros paguem apenas o necessário em impostos.
Alternativas para Evitar um Inventário Complexo
O inventário pode ser simplificado caso haja um planejamento adequado. Algumas medidas que podem reduzir a complexidade desse processo incluem:
Doação em Vida: Transferir parte do patrimônio aos herdeiros ainda em vida, com reserva de usufruto, pode reduzir a necessidade de inventário.
Criação de uma Holding Familiar: Estruturar os bens em uma empresa pode facilitar a sucessão e reduzir encargos tributários.
Testamento: Embora não elimine a necessidade de inventário, o testamento pode definir claramente a divisão de bens, evitando disputas.
Essas estratégias permitem que os herdeiros tenham mais tranquilidade na sucessão patrimonial, garantindo que os bens sejam protegidos e administrados de forma eficiente.
Conclusão
O inventário não é apenas uma formalidade legal, mas uma necessidade para garantir a segurança patrimonial e evitar transtornos futuros. Adiar esse procedimento pode resultar em bloqueios de bens, multas e disputas familiares, tornando a situação ainda mais complexa.
Além disso, existem formas de tornar o processo menos burocrático e mais econômico, como o planejamento sucessório em vida, a doação com reserva de usufruto e a constituição de holdings familiares. Cada caso deve ser analisado individualmente, levando em conta as particularidades do patrimônio e os objetivos da família.
Se você tem dúvidas sobre como iniciar o inventário ou deseja planejar sua sucessão de forma estratégica, entre em contato com a Calixto Advocacia. Nossa equipe está preparada para oferecer suporte especializado, garantindo um processo tranquilo e eficiente para sua família.
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